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  • 16/05/2025 09:33

Contratos suspeitos da prefeitura de Major Vieira passam de R$ 10 milhões

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Prefeito e seu filho foram presos na segunda fase da operação na manhã desta quinta-feira, 13

Integrantes do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e da Polícia Civil de Canoinhas concederam entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira, 13, para detalhar a segunda fase da operação Et Pater Filium, desencadeada em Major Vieira, Monte Castelo e Papanduva na manhã desta quinta-feira, 13. Foram presos o prefeito de Major Vieira, Orildo Sevegnini (MDB) e seu filho, Marcus Vinicius Severgnini.

Segundo o subprocurador-geral de Justiça e coordenador-geral do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Santa Catarina, Fabio de Souza Trajano, somando os contratos suspeitos de fraude os valores passam de R$ 10 milhões. "Não estou afirmando que temos fraude em todos eles o prejuízo seria esse. Até porque o serviço teria sido prestado. Se compararmos, a arrecadação tributária própria do Município, o valor dos contratos investigados aproxima-se do dobro do que o Município arrecada", explicou. Complementando a fala do subprocurador, o promotor de Justiça de Canoinhas, Renato Maia de Faria, disse que "vamos verificar se o serviço foi devidamente prestado e se houve fraude".


Entenda os fatos que deram início à operação


De acordo com Trajano, foram encontrados extratos bancários que demonstram movimentação de grandes valores. Na primeira fase da operação, R$ 321 mil em dinheiro foram encontrados nas casas dos investigados. Marlon Bosse, delegado de Canoinhas que coordena a Divisão de Investigação Criminal (DIC), disse que foram encontrados cheques em nome de construtoras escondidos, inclusive, entre roupas.

Orildo e o filho são acusados de fraude a processo licitatório, corrupção ativa e passiva, peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro. "Se os investigados fossem mantidos em liberdade poderiam desaparecer com os produtos e proveitos dos supostos crimes, impedindo o ressarcimento ao povo de Major Vieira", contextualizou Trajano. Muitas das testemunhas são servidores públicos de Major Vieira, o que na visão do subprocurador podem vir a ser intimidadas pelos investigados se eles estiverem em liberdade.

Faria mostrou cheques dos empresários Décio Pacheco e Décio Pacheco Junior, pai e filho, de União da Vitória - que já apareciam na primeira fase da operação -, suspeitos de serem referentes a pagamento de propina. "Há fortes indícios, mas as investigações continuam. Se o empresário foi contratado pela prefeitura, se há indícios de fraude na licitação e cheques do contratado são encontrados na casa do prefeito, ora, me parece que há fortes evidências", explicou Faria.

"As investigações estão no início e não temos ninguém condenado. Há indícios muito fortes, mas tudo depende ainda de confirmação", frisou Trajano.

Além das empresas da família Pacheco, a força-tarefa encontrou indícios de fraude em contratos com outras quatro empresas - Planaltina, BR Construções, Derpa Usina de Asfalto e Construções Santa Catarina. Uma caixa com R$ 57,2 mil em dinheiro foi encontrada direcionada à Planaltina. Houve buscas na casa do responsável por esta empresa.

Os dois empresários da família Pacheco não foram presos porque segundo Faria, o MPSC não entendeu haver necessidade. "Eles não receberão mais do Município. Eles não estão envolvidos, a princípio, na lavagem de dinheiro. A qualquer momento, havendo indicativos de que essas pessoas estejam afrontando a Justiça, elas podem ser presas a partir de um pedido do Ministério Público ao Judiciário", explicou.

Marcus é agente de Turismo concursado da prefeitura de Major Vieira. Ele foi aprovado em concurso durante um dos mandatos do pai como prefeito. Apesar do salário modesto (R$ 3,5 mil), disse Faria, ele possui 40 imóveis em contrato de gaveta em seu apartamento. Ele é suspeito de ter usado uma beneficiária do Bolsa Família chamada Maria Ivani de Souza como laranja. "Ela recebeu o Bolsa Família em 2016, depois ela contrata com a prefeitura de Major Vieira centenas de milhares de reais e grande parte de suas contas pessoas são encontradas na casa do investigado Marcus. Muito provavelmente o Marcus usava a empresa no nome dessa mulher para lavar o dinheiro ilícito que recebia e multiplicar o patrimônio ilícito", acredita.

Orildo e Marcus seguem detidos na Unidade Prisional Avançada de Canoinhas. "A prisão preventiva não tem prazo, no mínimo até o término das investigações. Há necessidade de avaliação de todos os documentos, oitiva de testemunhas e isso deve levar alguns dias. Até lá é inviável a secessão da prisão preventiva", contou Faria.

Marina Modesto Rebelo, promotora de Justiça coordenadora do Grupo Especial Anticorrupção (Geac), disse que todo o material apreendido será analisado com bastante cautela e cuidado, especialmente os computadores e celulares.


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